sexta-feira, 22 de março de 2013

Infinito, irracional, nossa páscoa: Emanuel!


 O amor é sentimento, mas também é ação. E sua manifestação não se entende de forma lógica. Quando um amigo está em perigo e o outro percebe a sua necessidade, a lógica é não ajudar para permanecer seguro, mas o amor o leva a se arriscar para ajudar seu amigo. O amor é irracional.
O amor de Deus por meio de Cristo Jesus é o mais irracional que existe, incompreensível, mas por essa mesma razão maravilhoso, apaixonante, porque, “...sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:6 a 8). Ele é Emanuel – Deus conosco! (Mateus 1:23)
A Bíblia nos informa que houve guerra no céu, onde Miguel e seus anjos expulsaram de lá Satanás e seus anjos. (Apocalipse 12:7 a 9) Miguel na Bíblia é um dos nomes de Jesus. Não vou entrar em detalhes teológicos desse fato aqui. Mas um estudo profundo do assunto é suficiente para esclarecer isso. Jesus mesmo disse: “Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago” (Lucas 10:18). A guerra se deu porque um anjo começou a se tornar orgulhoso e conseguiu por em dúvida o caráter de Deus e a justiça de sua lei. Esse anjo tornou-se Satanás, o adversário, porque não se arrependeu e, com ele, muitos outros anjos se voltaram contra Deus. (Ezequiel 28:12 a 18; Apocalipse 12:7 a 9) Jesus veio aqui para morrer na cruz não apenas para nos salvar e nos dar vida eterna, mas para reconciliar o Universo com Deus. “Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.” (Colossenses 1:20) A dúvida levantada pelos anjos rebeldes era sobre a justiça da lei de Deus e a necessidade da obediência a ela, alegando que Deus era injusto impondo restrições desnecessárias à liberdade deles por meio da lei. Isso levou os demais anjos que não caíram a uma questão: quem está certo? O engano foi tão profundo que, se Deus tivesse destruído Satanás e os outros rebeldes então, os demais anjos continuariam a servir a Deus por temor de ser destruídos e não por amor. Por isso Deus permitiu que o tempo mostrasse o resultado das ações dos rebeldes a fim de que os demais compreendessem a justiça de sua lei e suas dúvidas fossem sanadas.
Depois da guerra no céu foi criada a terra e o homem, e este foi submetido a um teste de lealdade, que consistia em obedecer a uma regra simples, de comer ou não o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Satanás tentou a mulher a desobedecer, e ela, depois de desobedecer, levou o fruto para Adão, e então ele também desobedeceu para não se separar dela. Escolhendo ouvir a voz do adversário em vez da voz de Deus que lhes dera vida, pensando em “ser como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gênesis 3:5) eles abriram a porta ao mal para todo o mundo e assim Satanás teve liberdade de tentar todo ser humano sobre a terra e espalhar o mal no mundo todo. Levou sua rebelião adiante e a desgraça resultante com toda sorte de maldade e miséria que se viu desde então é o resultado direto da transgressão da lei de amor de Deus.
Aqui entra o amor de Deus por nós. Por sua transgressão da expressa ordem de Deus, nossos pais deveriam morrer. A lei de Deus tinha sido quebrada, e só a morte pagaria o preço pela traição do homem. Então Jesus resolveu nos dar uma outra oportunidade, ele mesmo decidiu morrer, para pagar em nosso lugar a pena pela quebra da lei de Deus e nos dar seu perdão e sua justiça. Foi uma luta para o Pai permitir ao Filho sofrer toda humilhação para nos salvar, mas em seu amor por nós ele consentiu e ficou estabelecido o plano da salvação. Adão e Eva receberam a promessa de que um dia Deus enviaria seu filho, na descendência deles, para pisar a cabeça da serpente, Satanás, e dar-nos novamente vida eterna. (Gênesis 1 a 3)
Alega-se que Jesus tornou a obediência à lei de Deus desnecessária, mas o próprio fato dele ter de pagar com seu sangue pela transgressão da mesma prova que antes de anular a lei, ele a confirma. Até porque se ela pudesse ser alterada não teríamos mais culpa e seria ridículo pensar que Jesus precisaria morrer para satisfazer as exigências de uma lei que já não existiria. Como ele mesmo disse: não veio abolir a lei, mas cumprir (Mateus 5:17). E ainda: “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço.” (João 15:9 e 10).
O plano da salvação está completamente ligado com a lei de Deus. Jesus veio nos salvar da morte por termos pecado desobedecendo sua lei, pagando por nossa culpa com sua morte, perdoando-nos e nos dando a força necessária para deixar de pecar vivendo em obediência aos seus mandamentos.
Evangelho é um termo do Novo Testamento, mas desde Gênesis ele é apresentado. Antes de Cristo Deus instituiu um meio de mostrar às pessoas a grandeza do sacrifício que Jesus faria por eles. Um cordeiro deveria ser sacrificado, como símbolo do Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo (João 1:29). E as pessoas eram levadas a obter o perdão de Deus aceitando a morte de Jesus em seu lugar, no futuro. Assim eles eram perdoados pela fé na promessa do salvador vindouro. A primeira descrição do sistema sacrifical de obtenção do perdão divino é apresentada em Gênesis, quando Abel faz sua oferta. (Gênesis 4) A primeira Páscoa foi ordenada por Deus quando os israelitas saíram do Egito. Consistia em uma comemoração do amor misericordioso de Deus em salvá-los aceitando-os por meio do futuro sacrifício de Cristo. Por esse motivo um cordeiro sem defeito era morto e comido nessa festa, e naquele dia o sangue do animal foi usado para marcar as casas onde Deus pouparia as pessoas que tinham fé nisso. (Êxodo 12:1-14)
Existe uma confusão com relação às leis porque depois do pecado de Adão e Eva Deus deu as leis referentes aos sacrifícios, por meio de Moisés, que deixaram de valer com a morte de Cristo porque referiam-se aos rituais que apontavam para o que ele faria. (Hebreus 10:8 a 10) A lei moral, porém, encontramos desde Adão e Eva. Foi ela que condenou Adão e Eva, Caim e toda a humanidade, mesmo antes de Moisés, por seus maus atos. E o mandamento do sábado, o quarto da lei moral, está registrado em Gênesis 2, antes mesmo da queda do homem.
Dessa forma entendemos que o homem sempre foi salvo pela fé em Jesus Cristo, com a diferença de que antes dele vir os homens eram salvos pela fé na promessa de sua morte e ressurreição expiatórias, e hoje somos salvos pela fé na salvação que ele já realizou com sua morte e ressurreição. E também que a lei de Deus é tão sagrada que Jesus precisou morrer para que a justiça exigida por ela fosse feita.
Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. (…) Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.” (Colossenses 1:13 a 20)
O mistério da salvação é irracional. Como Deus deixa o céu e se despe de sua glória para encarnar em forma humana e sofrer até a morte para salvar dela o homem que resolveu traí-lo depois de receber a vida e tudo o mais dele? Não consigo compreender como Jesus me ama tanto assim, mas esse fato me leva a amá-lo e servi-lo. Isso o torna digno de toda a minha adoração, amor e lealdade. E isso é tudo o que ele espera.
O amor de Deus por meio de Cristo alcança todo aquele que crê nele e lhe abre as portas do céu, dando-lhe vida abundante de graça aqui e vida eterna com ele no futuro. A salvação é um presente de Jesus a cada um de nós, só precisamos aceitar.
Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Feliz Páscoa!


Referências


História da Redenção – Ellen G. White
Bíblia – Nova Tradução na Linguagem de Hoje e Nova Versão Internacional

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