
Quando contemplo, na natureza, o alegre canto das aves e a melodia da
noite no sítio; vejo como os pequenos animais e bichinhos vivem
felizes, alegres, enchendo o ar de música. Isso me lembra de um
momento em que Jesus, olhando para as cenas felizes e calmas da
natureza, falou da riqueza maravilhosa que gozam os passarinhos, sem
a nossa angústia e estresse louco diário atrás de bens e outras
coisas. Eles simplesmente passam os dias em alegres melodias, se
relacionando uns com os outros e colhendo seu alimento, sem se
preocupar com a colheita ou armazenamento, e de nada têm falta,
porque Deus supre suas necessidades. As plantas são lindas, e
existem muitas que, como o lírio, superam as maiores grifes de moda,
em sua beleza. Do mesmo modo que cuida dos animais e das plantas,
Deus nos dá condições de termos o suficiente para viver, sem
necessidade de se estressar e ficar ansiosos por isso. Podemos
desfrutar a vida como os passarinhos, colocando Deus em primeiro
lugar em nosso coração e confiando nele. Deixando a ansiedade com
ele. Jesus nos assegura de que Deus dá muito mais valor a nós,
tanto que deu o Filho para morrer afim de assegurar nossa felicidade
eterna. Dessa forma podemos confiar a ele nossas preocupações e ele
suprirá nossas necessidades. (Mateus 6:24 a 34)
Abraão, Isaque, Jó, entre outros, tiveram muitas riquezas
materiais, e são exemplos bíblicos de pessoas que andaram com Deus.
Ele não condena a prosperidade. Mas a forma como lidamos com ela.
Essa semana em nosso guia de estudo da Bíblia estudamos mais um tema
apresentado no livro de Oseias: amor e julgamento, o dilema de Deus.
Oseias trabalhou entre 750 e 725 a.C. Visivelmente, Israel, dirigido
por Jeroboão II, foi próspero e bem-sucedido, mais do que em
qualquer época desde Davi e Salomão. Apesar da proeminência
exterior, Israel estava fragilizado espiritual e moralmente. Eles
estavam praticando adoração idólatra, adultério, embriaguez e
sacrifício de crianças. Havia muita cobiça, violência e avareza.
Um panorama não muito diferente da nossa realidade atual.
Aparentemente a humanidade está só em seus conflitos sociais. Mas a
revelação bíblica nos mostra que Deus é juiz justo, e está
atento e atuante na história humana. O livro de Oseias mostra que
ele enviou o profeta para advertir o povo, e eles sabiam que Deus
esperava que abandonassem suas práticas erradas e voltassem a ele
afim de melhorar sua situação, mas não quiseram. Então foi
permitido que a guerra devastasse o país e que seus inimigos de
outros reinos os levassem cativos para outros países. Muitos
morreram. A fome, a escravidão, e outros tantos sofrimentos foram o
resultado de sua teimosia. Mas Deus foi misericordioso, e não
permitiu que a desolação fosse total. Eles foram perdendo seu
domínio gradualmente, tendo chances de se voltar a Deus no processo,
até que foram espalhados por todo o mundo. Poderia ter sido bem
diferente. Eles poderiam ter se arrependido, praticado a justiça e
buscado a Deus, como fez o rei Ezequias de Jerusalém. Deus teria
protegido eles, e enviaria os anjos para ajudar se necessário, como
fez com Ezequias. (Isaías 36 e 37)
A Bíblia apresenta um Deus de amor, misericórdia e justiça. Um
Deus que nos dá liberdade, mas quando a usamos para o mal e isso se
generaliza tanto na sociedade que chega ao extremo, ele intervém. Há
limite para o pecado humano. O povo antes do dilúvio; as cidades de
Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim; os cananeus e outros diversos povos
antigos; e até mesmo o povo de Israel, que Deus honrou e ao qual se
revelou, todos eles ouviram a advertência para abandonarem suas
práticas malignas, de uma forma ou de outra, mas como preferiram o
mal, dado o limite, sofreram o juízo. Hoje não é diferente, e o
próprio Cristo disse que Jerusalém sofreria o juízo divino por
seus crimes, e do templo não ficaria pedra sobre pedra. (Mateus 24:1
e 2) Isso aconteceu alguns anos depois da morte dele. O povo, quando
o condenou, pediu para ser responsabilizado pela sua morte: “Que
o castigo por esta morte caia sobre nós e sobre os nossos filhos!”
(Mateus 27:25). Isso aconteceu com eles na destruição de
Jerusalém, onde chegaram a praticar canibalismo quando a cidade foi
sitiada, devido à falta de alimento. Mas mesmo então Deus enviou
alguém para avisar, e os seguidores de Jesus confiaram em sua
advertência e saíram antes da tragédia. E depois, no tempo de
Hitler, quando os judeus foram massacrados em campos de concentração,
em experiências científicas e outros horrores do holocausto. A
maldição que tomaram sobre si foi terrível, mas mesmo em meio dela
Deus enviou muitas pessoas para ajudar, e dessa forma muitos foram
salvos.
Deus ainda julga com justiça, e hoje temos as profecias que apontam
para um tempo próximo, quando a sociedade mundial vai atingir
novamente o limite do pecado. Mas dessa vez Jesus virá pôr fim a
esse mundo de desgraça e sofrimento, e estabelecer seu reino de paz
e justiça para sempre. Nós temos liberdade para escolher o bem ou o
mal, e isso nos trouxe até a presente situação onde mais uma vez a
maldade começa a reinar no meio social. Como Oseias advertiu o
antigo Israel, somos advertidos agora a abandonar o mal e trabalhar
em favor do bem da sociedade, vivendo por Jesus, sendo pessoas de
honra, para sermos participantes da glória do reino de
Cristo em breve. Mesmo nesse contexto difícil em que vivemos, a
prática do evangelho de Jesus promove uma vida de paz e onde a
prosperidade pode ser desfrutada com equilíbrio, sem avareza. Dessa
forma teremos a aprovação de Deus e sua proteção.
Quando Cristo fala das aves e dos lírios, ele menciona a comida, a
bebida e as vestes. E não precisamos de mais do que isso para viver.
Não há problema em ser rico, e é possível conciliar o evangelho
com a prosperidade, mas precisamos ter cuidado para não cair no
mesmo problema de Israel ao prosperar, dando lugar ao pecado e
esquecendo de Deus, trazendo o juízo dele sobre nós como
consequência de nossa maldade, como eles e muitos outros grupos
fizeram. Como Israel no passado, Deus ainda espera por nós. Ele não
tem prazer no juízo, mas não pode permitir que a injustiça reine.
Por mais pecador que alguém seja, ele está disposto a restaurar e
perdoar, mas precisamos ir a ele e buscar a cura. Depois permanecer
ligados a ele, mantendo seu amor em nossa mente, ao meditar na vida
de Cristo, para continuar crescendo e vencendo o pecado.
Deus nos deu um tesouro mais valioso do que qualquer riqueza, e do
meu ponto de vista o ser humano mais rico não é o que tem mais
dinheiro, mas aquele que tem a vida eterna em Cristo. Eu escolhi
Jesus, e não estou preocupado com a riqueza. Porque o maior tesouro
do Universo Deus entregou por nós: Jesus Cristo. E com ele nos dá
gratuitamente todas as coisas. Tenho hoje a riqueza simples da flor e
das aves: uma vida de paz, sem ansiedade, pela confiança no amor de
Deus. Não tenho quase nada de material, mas tenho o suficiente. Se
um dia vier a ter riqueza material desfrutarei isso, mas não tenho a
ambição da riqueza. A única coisa que vou levar para a eternidade
é o amor de Deus em meu coração, e isso basta para mim. Mas não
pense que estou dizendo que é pecado desejar a prosperidade. O
pecado é a avareza. Estou dizendo apenas que estou satisfeito com o
suficiente para viver, mas esse sou eu.
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles
que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem
será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o
entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de
graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os
escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará?
Foi Cristo Jesus quem morreu; e mais, que ressuscitou e está a
direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do
amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição,
ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: 'Por
amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como
ovelhas destinadas ao matadouro'. Mas, em todas estas coisas somos
mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou
convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o
presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem
profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de
nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
(Romanos 8:28, 31 a 39)
Esse mundo com toda sua glória, riqueza, cobiça, corrupção e
maldade passará, “mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre” (I João 2:17). Eu não vejo riqueza
maior que aquela que Deus nos dá, gratuitamente, em Cristo Jesus.
Riqueza de uma vida de paz aqui e uma vida eterna no futuro. O amor
de Deus supera qualquer coisa, e ele é nosso por meio de Cristo. A
riqueza de uma vida marcada pelo amor de Jesus, com a certeza do
cuidado e segurança que só ele pode dar, não tem preço! Uma
pessoa abençoada com riqueza tal distribui alegria, paz e amor por
onde passa. Jesus nos convida a descansar nele. Ao seguir seus
ensinos, por seu poder, ele vive em nosso coração, e sua vida emana
em nossa vida, produzindo uma riqueza que não tem preço! Vida
eterna! Deus é justo, ele conhece nossa dor nesse mundo injusto e
cruel, mas isso não é o fim. Ele abre a cada ser humano o céu e a
eternidade. Em Cristo há vida abundante: agora e na eternidade! Ele
é a ressurreição e a vida!
A paz esteja contigo!
Referências
Caminho a Cristo – Ellen G. White
Profetas e Reis – Ellen G. White
Parábolas de Jesus – Ellen G. White
Lição da Escola Sabatina, 2º trimestre de 2013
Bíblia – Nova Versão Internacional e Nova
Tradução na Linguagem de Hoje