“E ele lhes disse: Sem dúvida me
direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também
aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.”
Lucas 4:23
É interessante essa história de
Lucas. Jesus havia iniciado seu ministério e fizera um trabalho
maravilhoso, mas ao chegar no lugar onde crescera, foi recebido com
incredulidade. As pessoas se achavam muito céticas a respeito dele.
E a dúvida deles em sua incredulidade os levou a rejeitar o Mestre.
Não confiavam nele, não acreditavam nele. Queriam provas para crer.
Ali estava diante deles o salvador, cheio de graça e verdade, com
toda a disposição e amor para lhes mitigar a dor e prover tudo que
precisavam, mas não pôde, porque a atitude deles impediu. O Mestre
divino onipotente encontra a barreira da escolha humana.
Aqui podemos tirar algumas lições
práticas. Jesus era conhecido. E ele fora um simples menino. Vivera
ali entre eles como um cidadão comum. Nada de especial viram nele.
Aliás ele fora até certo ponto desprezado por eles, porque não
participara da escola dos escribas e fariseus, portanto era como
alguém que não foi à escola. Um iletrado. Aprendera com a mãe,
mas para muitos era um ninguém porque não frequentara a
universidade deles. E esse preconceito era parte do que os levou a
rejeição dele.
Por outro lado, ele era também o
filho de José, o carpinteiro. Todos o conheciam. Nada de mais. Só
mais um garoto da comunidade. Ouviram falar de seu trabalho mas seus
olhos céticos estavam cegos diante dele. Eram incapazes de perceber
a transformação e reconhecer que Deus o guiava em sua missão.
Havia também a questão do
nascimento. Para eles era só o filho de José, não o Messias
enviado do céu.
Lembrei-me de que uma professora
ensinou numa das aulas: “Existem pessoas que, por mais que você se
importe e faça em favor delas, simplesmente não se importam”.
Eles eram assim. E ali Jesus não pôde realizar o que gostaria,
porque não creram e o atacaram. Quiseram até matá-lo com tanto
ódio que tiveram dele.
Cristo era perfeito, o Filho de Deus.
E as pessoas que deveriam conhecê-lo não o conheciam. Aqueles com
os quais ele se relacionara não o compreenderam, e o rejeitaram.
Imagina você e eu, seres humanos imperfeitos!
Então devemos estar preparados.
Porque assim como o Mestre, ao nos empenharmos em seguir seus passos,
seremos rejeitados, mal compreendidos, atacados, por pessoas a quem
temos ajudado, cuidado, oferecido nosso melhor em nossa imperfeição.
Essas pessoas sempre estarão descontentes com o trabalho, sempre
esperando mais que o que se oferece. Ingratos, não reconhecem o que
foi feito. Céticos, olham o simples instrumento humano, sem títulos
ou outras condecorações especiais humanas, se retraem e desdenham.
Não percebem a graça e o amor de
Deus ali nos seus servos. É triste. E o mais triste é que desses,
os mais incrédulos e céticos são os mais próximos. Não foram
pessoas de outros lugares mas aqueles com os quais Jesus cresceu que
mais o atacaram e desprezaram.
No fim, ele precisou ir embora de lá
porque o queriam matar jogando de um penhasco. E retirou-se
ocultando-se da vista deles.
Para nós fica a lição: como o
Mestre, devemos fazer nossa parte, ser fiéis no nosso dever para com
Deus dentro de nossas limitações, e deixar com ele os resultados.
Não deve nos abalar esse tipo de situação. Porque o Pai cuida de
nós, e aqui cabe novamente aquela aplicação do último texto:
“...Meu pequenino rebanho, não
tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês.” Lucas
12:32
Ele tem muito amor e cuidado por seus
filhos. Portanto, não tema, pois enquanto uns rejeitam, outros
abraçam e se alegram com o trabalho que se faz no serviço do
Mestre. Se existem pessoas a lhe oprimir e desprezar teus esforços
em seu favor, existem outros que recebem com alegria e gratidão. Que
percebem Deus agindo por seu intermédio. Vale a pena seguir no
caminho. As dificuldades só nos levam mais perto do amor de Deus e
nos fazem mais fortes. Não devemos desfalecer, portanto, mas
perseverar.
A paz de Cristo esteja contigo!
Referência
Livro “O Desejado de Todas as
Nações” - Ellen G. White. Casa Publicadora Brasileira - Tatuí

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