segunda-feira, 16 de julho de 2018

Missão impossível


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E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.” Lucas 4:23


É interessante essa história de Lucas. Jesus havia iniciado seu ministério e fizera um trabalho maravilhoso, mas ao chegar no lugar onde crescera, foi recebido com incredulidade. As pessoas se achavam muito céticas a respeito dele. E a dúvida deles em sua incredulidade os levou a rejeitar o Mestre. Não confiavam nele, não acreditavam nele. Queriam provas para crer. Ali estava diante deles o salvador, cheio de graça e verdade, com toda a disposição e amor para lhes mitigar a dor e prover tudo que precisavam, mas não pôde, porque a atitude deles impediu. O Mestre divino onipotente encontra a barreira da escolha humana.
Aqui podemos tirar algumas lições práticas. Jesus era conhecido. E ele fora um simples menino. Vivera ali entre eles como um cidadão comum. Nada de especial viram nele. Aliás ele fora até certo ponto desprezado por eles, porque não participara da escola dos escribas e fariseus, portanto era como alguém que não foi à escola. Um iletrado. Aprendera com a mãe, mas para muitos era um ninguém porque não frequentara a universidade deles. E esse preconceito era parte do que os levou a rejeição dele.
Por outro lado, ele era também o filho de José, o carpinteiro. Todos o conheciam. Nada de mais. Só mais um garoto da comunidade. Ouviram falar de seu trabalho mas seus olhos céticos estavam cegos diante dele. Eram incapazes de perceber a transformação e reconhecer que Deus o guiava em sua missão.
Havia também a questão do nascimento. Para eles era só o filho de José, não o Messias enviado do céu.
Lembrei-me de que uma professora ensinou numa das aulas: “Existem pessoas que, por mais que você se importe e faça em favor delas, simplesmente não se importam”. Eles eram assim. E ali Jesus não pôde realizar o que gostaria, porque não creram e o atacaram. Quiseram até matá-lo com tanto ódio que tiveram dele.
Cristo era perfeito, o Filho de Deus. E as pessoas que deveriam conhecê-lo não o conheciam. Aqueles com os quais ele se relacionara não o compreenderam, e o rejeitaram. Imagina você e eu, seres humanos imperfeitos!
Então devemos estar preparados. Porque assim como o Mestre, ao nos empenharmos em seguir seus passos, seremos rejeitados, mal compreendidos, atacados, por pessoas a quem temos ajudado, cuidado, oferecido nosso melhor em nossa imperfeição. Essas pessoas sempre estarão descontentes com o trabalho, sempre esperando mais que o que se oferece. Ingratos, não reconhecem o que foi feito. Céticos, olham o simples instrumento humano, sem títulos ou outras condecorações especiais humanas, se retraem e desdenham.
Não percebem a graça e o amor de Deus ali nos seus servos. É triste. E o mais triste é que desses, os mais incrédulos e céticos são os mais próximos. Não foram pessoas de outros lugares mas aqueles com os quais Jesus cresceu que mais o atacaram e desprezaram.
No fim, ele precisou ir embora de lá porque o queriam matar jogando de um penhasco. E retirou-se ocultando-se da vista deles.
Para nós fica a lição: como o Mestre, devemos fazer nossa parte, ser fiéis no nosso dever para com Deus dentro de nossas limitações, e deixar com ele os resultados. Não deve nos abalar esse tipo de situação. Porque o Pai cuida de nós, e aqui cabe novamente aquela aplicação do último texto:
...Meu pequenino rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês.” Lucas 12:32
Ele tem muito amor e cuidado por seus filhos. Portanto, não tema, pois enquanto uns rejeitam, outros abraçam e se alegram com o trabalho que se faz no serviço do Mestre. Se existem pessoas a lhe oprimir e desprezar teus esforços em seu favor, existem outros que recebem com alegria e gratidão. Que percebem Deus agindo por seu intermédio. Vale a pena seguir no caminho. As dificuldades só nos levam mais perto do amor de Deus e nos fazem mais fortes. Não devemos desfalecer, portanto, mas perseverar.


A paz de Cristo esteja contigo!


Referência


Livro “O Desejado de Todas as Nações” - Ellen G. White. Casa Publicadora Brasileira - Tatuí

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