Comecei um curso superior há alguns anos e havia uma matéria
chamada prática de ensino, onde o professor nos orientava nos
estágios e outras atividades práticas que tínhamos para
desenvolver naquela área de estudo. Todo trabalho humano é de
alguma forma prático, e sem prática se torna teoria inútil. Da
mesma forma Jesus nos deu exemplo prático. Em sua vida encontramos
muitos exemplos práticos de seu ensino. A prática do amor é o tema
mais exemplificado por suas ações. É um dos temas mais cobertos
pelo Evangelho de Cristo. Ele enfatizava isso em palavras e atos.
Para o Mestre ninguém estava excluído de seu Reino, a não ser por
decisão própria. Apelava a todos em seu trabalho de amor, falando
ao coração, mesmo aos seus inimigos. Almejava salvá-los também.
Um exemplo claro desse modo de agir de nosso Senhor Jesus é o do
homem da mão aleijada.
Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas contam essa história da vida
de Cristo. E para entender o que aconteceu no contexto bíblico é
necessário estudar o episódio em todos esses textos, por isso passo
a comparar as referidas passagens agora. Para facilitar o
entendimento, também uso três traduções da Bíblia.
Mateus 12:9 e 10:
“Saindo daquele lugar, dirigiu-se à sinagoga deles, e estava
ali um homem com uma das mãos atrofiada. Procurando um motivo para
acusar Jesus, eles lhe perguntaram: “É permitido curar no
sábado?”” NVI1
“Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se
ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com
o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no
sábado?” ARA2
“Jesus saiu dali e foi para uma sinagoga. Estava ali um homem
que tinha uma das mãos aleijada. Então algumas pessoas que queriam
acusar Jesus de desobedecer à Lei lhe perguntaram: É contra a nossa
Lei curar no sábado?” NTLH3
Jesus entra em uma sinagoga e ali há um homem da mão aleijada. O
mestre veio trazer vida, restauração. Não pode ver o sofredor sem
sentir em seu íntimo o anseio de lhe dar alívio. O amor é a força
que o impulsiona. Seus inimigos, geralmente escribas e fariseus,
conhecedores da lei que não aceitavam o salvador porque não apoiava
seus ensinos errôneos, lhe perguntam se está certo ou errado curar
no sábado, se é lícito. A questão entre eles e Jesus nesse caso é
essa: a guarda do mandamento permite ou não curar pessoas? Mas seu
objetivo é acusar o Mestre, armar cilada para ele, porque por suas
tradições diziam que não podia curar nesse dia. Não lhes
interessa fazer o bem, ajudando outros. Baseiam-se apenas em suas
tradições.
Lucas 6:7 e 9:
“Os fariseus e os mestres da lei estavam procurando um motivo
para acusar Jesus, por isso o observavam atentamente, para ver se ele
iria curá-lo no sábado.” NVI1
“Então, disse Jesus a eles: Que vos parece? É lícito, no
sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou deixá-la perecer?”
ARA2
“Então Jesus disse: Eu pergunto a vocês: O que é que a nossa
Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou
o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer?” NTLH3
Mateus 12:11 e 12:
“...Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num
sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a
dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito,
nos sábados, fazer o bem.” ARA2
“...Se um de vocês tiver uma ovelha, e no sábado ela cair num
buraco, será que ele não vai fazer tudo para tirá-la dali? Pois
uma pessoa vale muito mais do que uma ovelha. Portanto, a nossa Lei
permite ajudar os outros no sábado.” NTLH3
Dessa forma Jesus nos ensinou que o sábado deve ser guardado com
amor, praticando o bem, porque é lícito salvar a vida praticando o
bem nesse dia. A questão entre eles era exatamente essa: o que pode
e o que não pode no sábado? Como guardar o mandamento? E Jesus lhes
pergunta: fazendo o bem ou o mal? Salvando a vida ou deixando morrer?
Ele ama cada um de nós. Aquele homem aleijado estava sofrendo, e o
Mestre depois de dizer que é permitido fazer o bem no sábado,
salvar a vida e não deixar morrer, curou o homem, praticando ele
mesmo o que acabara de ensinar. Jesus nos mostra que esse é um dia
de alegria, e portanto não há impedimento algum em fazer o bem. Ele
demonstra que o amor é a essência da sua Lei. Seu amor está
disponível a todos, até para seus inimigos.
Marcos 3:5 e 6:
“Irado, olhou para os que estavam a sua volta e, profundamente
entristecido por causa do coração endurecido deles, disse ao homem:
“Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada.” NVI1
“Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu
coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe
foi restaurada.” ARA2
“Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não
queriam entender. E disse para o homem: Estenda a mão! O homem
estendeu a mão, e ela sarou.” NTLH3
“Então os fariseus saíram e começaram a conspirar com os
herodianos contra Jesus, sobre como poderiam matá-lo.” NVI1
Escribas e fariseus estavam sempre em choque com Jesus porque já
haviam rejeitado seu ensino, já o haviam rejeitado como Messias, e
planejavam matá-lo. Em todos os casos onde o acusam de transgredir o
sábado ele estava curando alguém ou apoiando a prática do bem,
nunca trabalhando para ganhar o pão. E manteve-se fiel ao
mandamento, fazendo o bem, como deixa evidente nesse caso do homem da
mão aleijada, mesmo correndo o risco de morte da parte de seus
inimigos. Seu exemplo nos ensina, assim, que o amor ao próximo é o elo de perfeição que está no centro da lei. Ele chega
a dizer que seu mandamento de amar as pessoas como ele amou é novo
(João 13:34), porque naquele tempo os mestres da lei ensinavam a
guardar a lei pisando no próximo, segundo suas tradições, e não
de acordo com a vontade do Pai, e por esse motivo os discípulos
tinham essa ideia errada sobre o assunto. Ele ensinou que se a nossa
justiça não for muito superior à dos escribas e fariseus de seu
tempo, guardando os mandamentos e ensinando as pessoas a fazer isso,
seremos considerados mínimos no Reino do céu, e jamais entraremos
nele – Mateus 5:19 e 20.
O pior cego é aquele que não quer ver. Eles rejeitaram o seu
salvador, mesmo vendo claramente a verdade nele, em suas palavras e
ações, mesmo convivendo com ele. Estavam prontos a matar até o seu
próprio salvador para não se arrepender de seus pecados e serem
salvos por ele.
Que contraste entre Jesus e seus acusadores! Um o senhor da vida,
emanando vida e alegria, restaurando pessoas, curando aleijados,
pregando a prática da Lei do amor. Os outros criticando, sempre à
procura de um artifício para condenar o salvador, seu próprio
salvador. Jesus ficou irado com eles porque, por seu coração duro e
insensível, chegavam ao ponto de dizer que a Lei de Deus proíbe
praticar o bem, ajudando o necessitado. Rejeitando o Messias, ali
diante deles, mesmo vendo a prova da veracidade de seu ensino. Não o
rejeitavam por estar errado, mas por seu orgulho em não abrir mão
de sua tradição equivocada, e admitir ser Jesus, o humilde galileu,
que não foi aluno de suas escolas, o Messias.
O Mestre queria salvá-los, e por fecharem o coração ele fica
profundamente entristecido. Irado com suas atitudes insensíveis para
com as pessoas necessitadas, mas profundamente triste com eles porque
não pode salvá-los. Ele ama seus inimigos. Ama cada ser humano, por
mais longe que tenha ido no pecado. E assim como a salvação estava
disponível para escribas e fariseus, que não a tiveram por sua
rejeição da oportunidade a eles oferecida, está disponível a cada
ser humano hoje, sem distinção. O amor de Jesus é meu e seu agora
mesmo, precisamos apenas aceitá-lo em nosso coração e crer nele!
Referências
Bíblia:
1 – Nova Versão Internacional
2 – Almeida, Revista e Atualizada, 2ª Edição
3 – Nova Tradução na Linguagem de Hoje


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